Alma de Escritor

ESCRITORES DE ALMA NÃO ESCREVEM;
CEDEM SUAS MÃOS PARA SEREM USADAS
COMO INSTRUMENTO DIVINO.



segunda-feira, 23 de julho de 2018

Lançamento do livro Epitáfio


Apresentação do Livro Epitáfio


Vereadora e Professora Simone


Confrade  escritor Osli da Cunha e sua esposa



Aline e Fagner do teatro Metamorfose, Hélio Machado
secretário de Turismo e Cultura

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Fundão de Grota _Adulto e Juvenil

Para deleite dos seguidores do Blog, gostaria de postar os contos, monólogos e crônicas que são minha especialidade, já que minha veia pulsa com maior intensidade na prosa, mas é necessário manter o ineditismo dos textos para que sejam editados em livros.
Um dia, talvez, encontremos meios para driblar a exigência dos editores, enquanto isso, para não deixá-los olhando o nada, ou fazê-los olhar textos gastos, vou postando meus versos.

Deleitem-se.











Fundão de Grota_Poesia adulta
Autor: Celso da Silva
(Protegida por Direitos Autorais)

Correntina e fronteriça
Doci mé de lixiguana
To inu pra incontrá
Sei qui tu muitu mi ama

Quanu chegá na barranca
Cruzo pru lado di lá
Tarveis u teu pai mi mati
Mais hoje vô ti buscá

Já construí um ranchinho
Só tá fartando pintá
Cum muito amô e carinho
Eu vô ti presentiá

Tem boi pastano no campo
Tropiá pra camperiá
E uma redi na varanda
Pro nosso amô imbalá

Quero ouví ocê dizeno
Quirídu vô ti contá
Aumenta nossa cazinha
Qui a cegonha vai chegá

Tarveiz morra, tarveiz viva
Cu’a nuticia si midé
Mesmu qui eu caia duro
Dê a nutícia muié.







Fundão de Grota
Declaração Juvenil

Intenda, mãe...
Pulamô dideus.

Eu amu ela!
E si dexá diamaréla;
eu num vô mais amanáda!

sábado, 15 de outubro de 2011

Ame a Vida que o Ama














Não reclame da vida, ame-se; respeitando a natureza que o ampara como um filho e amando o semelhante que o rodeia cheio de graça, pois mesmo que não pareça, o amor reside em todo coração, até mesmo naqueles revestidos de aço.
Brinde a vida com atitudes saudáveis, sorrisos sinceros, gratuitos e largos.
Com gestos de cortesia, postura elegante e braços abertos.
Acreditando, ou não, agradeça a Deus pelo ar que respiras, pela água que sacia tua sede, o alimento que mata tua fome e pela tua capacidade de pensar, amar e agir, pois mesmo que não creias, poderias ter nascido amebóide, como tantas amebas nasceram sem poder sequer queixarem-se, quanto mais pensar, amar, sorrir e agir.
Respeite a ti, ao mundo e aos outros seres, que assim, a vida te será leve, e a morte complacente.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Poesia Missioneira


Jaime Caetano Braum; Pajador Missioneiro e autor de: Bochincho.

Primeiro entendam o que é Pajada / Payada.

Pajada ou Payada é uma forma de poesia improvisada vigente na Argentina, no Uruguai, no sul do Brasil e no Chile (onde chama-se Paya). É uma forma de repente em estrofes de 10 versos, de redondilha maior e rima ABBAACCDDC, com o acompanhamento de violão.
Pajada remonta os romances e quadras medievais e renascentistas, trazidos pelos povoadores europeus e adaptados as temáticas campeiras. A Pajada está presente no sul da América desde quando as fronteiras eram imprecisas, o que impossibilita dar uma nacionalidade ao gênero artístico.
No sul do Brasil, as pajadas são cantadas em versos em Décima Espinela, no estilo recitado com acompanhamento musical de um músico de apoio, normalmente em ritmo de milonga.

Pajador (ou Payador em castelhano, quer dizer repentista) é o artista da pajada, um repentista que canta seus versos de improviso.

Jayme Caetano Braun nasceu na Timbaúva (hoje Bossoroca), na época distrito de São Luiz Gonzaga, na Região das Missões no Rio Grande do Sul.
Durante sua carreira fez diversas payadas, poemas e canções, sempre ressaltando o Rio Grande do Sul, a vida campeira, os modos gaúchos e a natureza local.
Jayme sonhava em ser médico, mas, tendo apenas o Ensino Médio, se tornou um autodidata principalmente nos assuntos da cultura sulina e remédios caseiros, pois afirmava que "todo missioneiro tem a obrigação de ser um curador".


Bochincho

A um bochincho - certa feita,
Fui chegando - de curioso,
Que o vicio - é que nem sarnoso,
nunca pára - nem se ajeita.
Baile de gente direita
Vi, de pronto, que não era,
Na noite de primavera
Gaguejava a voz dum tango
E eu sou louco por fandango
Que nem pinto por quirera.
Atei meu zaino - longito,
Num galho de guamirim,
Desde guri fui assim,
Não brinco nem facilito.
Em bruxas não acredito
'Pero - que las, las hay',
Sou da costa do Uruguai,
Meu velho pago querido
E por andar desprevenido
Há tanto guri sem pai.
No rancho de santa-fé,
De pau-a-pique barreado,
Num trancão de convidado
Me entreverei no banzé.
Chinaredo à bola-pé,
No ambiente fumacento,
Um candieiro, bem no centro,
Num lusco-fusco de aurora,
Pra quem chegava de fora
Pouco enxergava ali dentro!
Dei de mão numa tiangaça
Que me cruzou no costado
E já sai entreverado
Entre a poeira e a fumaça,
Oigalé china lindaça,
Morena de toda a crina,
Dessas da venta brasina,
Com cheiro de lechiguana
Que quando ergue uma pestana
Até a noite se ilumina.

Misto de diaba e de santa,
Com ares de quem é dona
E um gosto de temporona
Que traz água na garganta.
Eu me grudei na percanta
O mesmo que um carrapato
E o gaiteiro era um mulato
Que até dormindo tocava
E a gaita choramingava
Como namoro de gato!
A gaita velha gemia,
Ás vezes quase parava,
De repente se acordava
E num vanerão se perdia
E eu - contra a pele macia
Daquele corpo moreno,
Sentia o mundo pequeno,
Bombeando cheio de enlevo
Dois olhos - flores de trevo
Com respingos de sereno!
Mas o que é bom se termina
- Cumpriu-se o velho ditado,
Eu que dançava, embalado,
Nos braços doces da china
Escutei - de relancina,
Uma espécie de relincho,
Era o dono do bochincho,
Meio oitavado num canto,
Que me olhava - com espanto,
Mais sério do que um capincho!
E foi ele que se veio,
Pois era dele a pinguancha,
Bufando e abrindo cancha
Como dono de rodeio.
Quis me partir pelo meio
Num talonaço de adaga
Que - se me pega - me estraga,
Chegou levantar um cisco,
Mas não é a toa - chomisco!
Que sou de São Luiz Gonzaga!
Meio na volta do braço
Consegui tirar o talho
E quase que me atrapalho
Porque havia pouco espaço,
Mas senti o calor do aço
E o calor do aço arde,
Me levantei - sem alarde,
Por causa do desaforo
E soltei meu marca touro
Num medonho buenas-tarde!
Tenho visto coisa feia,
Tenho visto judiaria,
Mas ainda hoje me arrepia
Lembrar aquela peleia,
Talvez quem ouça - não creia,
Mas vi brotar no pescoço,
Do índio do berro grosso
Como uma cinta vermelha
E desde o beiço até a orelha
Ficou relampeando o osso!
O índio era um índio touro,
Mas até touro se ajoelha,
Cortado do beiço a orelha
Amontoou-se como um couro
E aquilo foi um estouro,
Daqueles que dava medo,
Espantou-se o chinaredo
E amigos - foi uma zoada,
Parecia até uma eguada
Disparando num varzedo!
Não há quem pinte o retrato
Dum bochincho - quando estoura,
Tinidos de adaga - espora
E gritos de desacato.
Berros de quarenta e quatro
De cada canto da sala
E a velha gaita baguala
Num vanerão pacholento,
Fazendo acompanhamento
Do turumbamba de bala!
É china que se escabela,
Redemoinhando na porta
E chiru da guampa torta
Que vem direito à janela,
Gritando - de toda guela,
Num berreiro alucinante,
Índio que não se garante,
Vendo sangue - se apavora
E se manda - campo fora,
Levando tudo por diante!
Sou crente na divindade,
Morro quando Deus quiser,
Mas amigos - se eu disser,
Até periga a verdade,
Naquela barbaridade,
De chínaredo fugindo,
De grito e bala zunindo,
O gaiteiro - alheio a tudo,
Tocava um xote clinudo,
Já quase meio dormindo!
E a coisa ia indo assim,
Balanceei a situação,
- Já quase sem munição,
Todos atirando em mim.
Qual ia ser o meu fim,
Me dei conta - de repente,
Não vou ficar pra semente,
Mas gosto de andar no mundo,
Me esperavam na do fundo,
Saí na Porta da frente...

E dali ganhei o mato,
Abaixo de tiroteio
E inda escutava o floreio
Da cordeona do mulato
E, pra encurtar o relato,
Me bandeei pra o outro lado,
Cruzei o Uruguai, a nado,
Que o meu zaino era um capincho
E a história desse bochincho
Faz parte do meu passado!

E a china - essa pergunta me é feita
A cada vez que declamo
É uma coisa que reclamo
Porque não acho direita
Considero uma desfeita
Que compreender não consigo,
Eu, no medonho perigo
Duma situação brasina
Todos perguntam da china
E ninguém se importa comigo!
E a china - eu nunca mais vi
No meu gauderiar andejo,
Somente em sonhos a vejo
Em bárbaro frenesi.
Talvez ande - por aí,
No rodeio das alçadas,
Ou - talvez - nas madrugadas,
Seja uma estrela chirua
Dessas - que se banha nua
No espelho das aguadas!

domingo, 9 de outubro de 2011

Sobre o Mafuá
















Quero compartilhar com os seguidores do blog a publicação de meu ensaio sobre o padre Antônio Vieira, intitulado: A visão do Padre Antônio Vieira sobre a escravidão. Aproveito para indicar a revista digital do "NUPILL"; Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Lingüística da " UFSC" - Universidade Federal de Santa Catarina -, principalmente aos alunos de graduação, pois o material publicado pode ser utilizado como referência e modelo de trabalho acadêmico.

Aproveitem para utilizar esta ferramenta disponibilizada gratuitamente.

http://www.mafua.ufsc.br/numero16.php

sábado, 10 de setembro de 2011

Oração

















Autor:Celso da Silva
(protegido por direitos autorais)


Curvo o corpo aos pés do lenho

imploro-te pai, vem me orientar

Dor do peito, pesando no cenho

Coração cansado, cansou de calar



Carga pesada, tão longo caminho

Grande maldade, muita ingratidão

Homens sem fé, sem luz e carinho

Caminham sozinhos na escuridão


Corrupção, drogas, tráfico, morte

Ganância maldita, vampiro bufão

Sem alma, sem rumo, sem norte

Sugando a vida do próprio irmão



Apaga-se o brilho no rosto inocente

Corpos sem prumo, horizonte ou visão

Vivendo igual bichos, trapos de gente

Sarjetas e valas por teto e por chão



Extermina, meu pai, com golpe fatal

A ganância e o mal, peço-te em oração



Replante na alma, amores, desejos

Apague o opaco da ponta dos dedos

Reponha nas bocas, sorrisos e beijos

Elimine de vez a maldade e os medos



Extermina, meu pai, com golpe fatal

A ganância e o mal, peço-te em oração


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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Aniversário da ASAL- Academia Santoamarense de Letras

Sr. José Silveira
Exmo. Presidente da Academia Santoamarense de Letras e Consagrados Confrades e Confreiras.
A Academia Santoamarense de Letras teve a honra de conceder, em 1º de dezembro de 2008, o seu Diploma Acadêmico ao Ilustre Sr. Capitão-de-Mar-e-Guerra, Ubiratan Barbosa Ribeiro dos Santos.
Dessa forma, envaidecido, transmito ao Consagrado Presidente, José Silveira, os presentes votos de felicitações a esta Academia, transmitidos pelo Sr. Ubiratan Barbosa Ribeiro dos Santos, pela passagem do seu 9º Aniversário de fundação.
Respeitosamente,
Sebastião da Cruz
Vice-Presidente


FELICITAÇÕES DO CMG (FN-RM1) UBIRATAN B. R. DOS SANTOS PELO TRANSCURSO DO 9º ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO DA ACADEMIA SANTOAMARENSE DE LETRAS.
Rio de Janeiro, RJ, em 7 de setembro de 2011.





“Aquele que toma a realidade e dela faz um sonho é um poeta, um artista. Artista e poeta será também aquele que do sonho faz realidade”.

(Malba Tahan, pseudônimo do escritor e matemático brasileiro Júlio César de Mello e Souza)



Ilustríssimos senhores acadêmicos!

Em memória dos escritores Luiz Gonzaga Ramlow e Cacildo Silva, do jornalista Fábio Turnes e do Secretário José Carlos Lückmann, apoiados pelo Prefeito Nelson Isidoro da Silva que viabilizaram aspiração longamente acalentada - a criação da já consagrada Academia Santoamarense de Letras – ASAL -, rendo jubilosa homenagem a essa respeitável entidade, por ocasião de seu 9º aniversário de fundação.

Que as velas representativas da luz-guia dos acadêmicos continuem servindo de farol a tão nobres ideais, defendidos pelos integrantes dessa casa do saber, enaltecendo, cada vez mais, a ASAL, e, por consequência, tão aprazível município - Santo Amaro da Imperatriz. Notadamente, com o fazer literário, uma das mais relevantes formas de levar cultura e lazer aos que têm a ventura e o privilégio de saborear o brilho dos escritos de seleta confraria de acadêmicos. Em especial, dos atuais ocupantes das dezenove cadeiras da entidade literária máxima de Santo Amaro da Imperatriz; enobrecendo seus patronos e precedentes, em tão nobre e gratificante missão, a de contribuir para o engrandecimento da educação e da cultura de Santo Amaro da Imperatriz, de Santa Catarina e do Brasil.

Aceitem, portanto, os meus mais efusivos cumprimentos e felicitações pelo significativo momento, na certeza de que o País detém enorme dívida para com todos os senhores, em razão do imensurável legado que nos deixam; fruto de suas sensibilidades e inteligências, na busca, incessante, do progresso espiritual e humano de parcela significativa dos valorosos catarinenses.

Por derradeiro, destaco que, por uma feliz coincidência, a ASAL aniversaria na data magna de nosso glorioso Brasil – Sete de Setembro -, mais um motivo para refletirmos acerca da importância de todos os senhores, pois, como nos revelou também Malba Tahan,

“Os sábios educam pelo exemplo e nada há que avassale o espírito humano mais suave e profundamente do que o exemplo”.
Com o mais solene respeito e eterna admiração,

Ubiratan B. R. dos Santos
CMG (FN-RM1)