Alma de Escritor

ESCRITORES DE ALMA NÃO ESCREVEM;
CEDEM SUAS MÃOS PARA SEREM USADAS
COMO INSTRUMENTO DIVINO.



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Aos Pais e Filhos / Apresentação da obra " Anjos sem Face "

Anjos sem Face é uma história verdadeira, extraída da vida de um filho que amou seu pai, foi amado por ele e sofreu com sua ausência. Um caso de amor entre pais e filhos, como tantos outros. Felizmente quis o destino que este alcançe os leitores e, quem sabe, abra olhos que estão fechados, muitas vezes por orgulho ou dureza de coração e os permita viver este amor intensamente.
Um abraço, um beijo na face ou uma atitude de carinho não custam nada quando estiverem próximos, mas, quando a Dama de Negro os separar, de nada adiantará chorar ou lamentar-se, pois não nos é permitido voltar no tempo. E, se houver arrependimento, carregaremos conosco, como carregava um filho que encontrei certa feita.
Costumeiramente, quando de passagem por São Leopoldo - Rio Grande do Sul -, visitava o Santuário do Padre Réus e, sempre que cruzava o vão dos portões, uma paz imensa se apossava de mim. Apreciava caminhar no interior da igreja e apreciar as obras, que são muitas... Seguir a via sacra, em mosaico, e orar aos pés do senhor morto, na capela da cripta. Depois de caminhar por todo o santuário, colocava-me de joelhos ao lado do túmulo do santo, chorava minhas penas, clamava por conforto e depois seguia meu rumo.
Mas nesse dia me senti impulsionado a peregrinar em meio aos túmulos dos padres e, caminhando em meio a eles, percebi a presença de um homem, de meia idade, que se aproximou e, em lágrimas, perguntou se poderia desabafar.
- Se não fizer isso, vou explodir. Disse, em meio ao choro.
- Claro que sim! - Respondi, e ele prosseguiu.
- Perdi meu pai a mais de dez anos e ainda não encontrei paz. Eu o amava mais do que amava a mim mesmo, mas nunca disse isso a ele... nunca lhe dei um abraço, e num belo dia, ele se foi sem dizer adeus, e o beijo, que muitas vezes quis dar naquele rosto cheio de vida que se acendia de brilho a me ver, acabei dando em sua face morta, gelada e opaca, e agora me culpo por isso.
Perguntei se era casado.
- Sim! Respondeu de imediato.
Complementou dizendo que tinha dois filhos e vivia o mesmo dilema com o mais velho, por questões que nem soube explicar. Quando questionei o porquê.
Nada pude fazer, a não ser sugerir.
Ame seus filhos, explícitamente, e divida com eles o carinho que não conseguiu compartilhar com seu pai; certamente a paz fará morada em seu coração, e também no deles, que devem estar vivendo o mesmo dilema; rompa o elo desta corrente maligna, ou ela persistirá aprisionando por gerações.

terça-feira, 21 de setembro de 2010









Após lançamento nacional na Bienal Internacioanal do Livro, lançamento Estadual na Academia Santoamarense de Letras, onde ocupo a cadeira de número 18.
Sucesso total.